O que é um Neuroma de Morton?

O neuroma de Morton ou neuroma interdigital é uma condição dolorosa, comum, que afeta a região anterior do pé. Ocorre mais frequentemente nas mulheres em torno dos 40 aos 50 anos. Esta patologia, acomete o nervo interdigital, sendo mais prevalente no terceiro espaço interdigital, espaço localizado entre o terceiro e o quarto dedos.

Essa condição foi primeiramente descrita já no início do século XIX, em 1835, por Civinini, como um edema entre os dedos, de característica fusiforme. Mais tardiamente, Morton, em 1876, detalhou a lesão, definindo que se tratava de uma patologia que acometia o nervo. Desde então, a forma de pensar sobre esta doença tão frequente vem sofrendo alterações, que vão desde sua definição, diagnóstico e tratamento

Quais sintomas e como diagnosticar?

O diagnóstico do neuroma interdigital é clinico, dado através da história relatada pelo paciente, que é geralmente a define como uma dor no antepé que irradia para os dedos, em choque, queimação ou pontada. Essa dor pode ser exacerbada ao ficar descalço ou após atividades físicas ou longos períodos de pé.

No exame físico, a instabilidade da articulação metatarsofalangena correspondente deve ser avaliada, assim como os teste de percussão local com dor de característica neurpática e o teste da compressão latero-medial do antepé, que pode exacerbar a dor na região plantar e levar ao sinal de Mulder, que corresponde a um clique sentido ou ouvido associado a aumento da queixa dolorosa.

A confirmação diagnóstica e caracterização da lesão pode ser dada através do exame de radiografia e de ressonância nuclear magnética do antepé.

Quais fatores podem piorar o neuroma?

Existem fatores intrínsecos e extrínsecos que podem aumentar a carga de pressão na região anterior do pé e contribuir para formação e sintomas no neuroma. São eles:

Fatores extrínsecos:

Fatores intrínsecos:

Tratamento

A base do tratamento está no ajuste das pressões na região anterior do antepé. Em relação aos calçados, aqueles que possuem um solado rígido associado a um contraforte que não permita a ultima etapa da fase de apoio do pé dentro do calçado, evita esta fase do movimento, aonde uma grande pressão é exercida nessa região, melhorando com isso as queixas do paciente.

A correção da pisada daqueles corredores que possuem um centro de gravidade deslocado anteriormente, e por conseguinte liberam toda a carga no antepé, seria outro exemplo de como agir em fatores extrínsecos de modo a diminuir a dissipação de energia na região anterior dos pés e por conseguinte uma das fontes de manutenção de dor nesse local.

Perda de peso em pacientes com sobrepeso ou obesidade, mudança de atividade como aquelas que exigem ficar na ponta dos pés ou saltos também podem contribuir para este fim.

Muitos pacientes, após a correção dos fatores mecânicos, podem se beneficiar da infiltração local com agentes esclerosantes ou corticoides. Eles ajudam a controlar os sintomas e em alguns casos podem reduzir o volume ocupado pelo neuroma.

Dentre os fatores intrínsecos estão aqueles fatores relacionados a anatomia que de alguma forma estão influenciando na gênese da dor do paciente. Tenotomia do aquileu naqueles que possuem encurtamento deste tendão, correção do pé cavo, ajuste da fórmula metatarsal, ostetomias para correção do pé cavo e deformidades tais quais hálux valgo, hálux rígidus, bunionete e ate mesmo cirurgias para ressecção de neuroma quando este é a causa ou está associado a patologia

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *