Introdução
Os pés vão mudando ao longo do tempo. A atrofia muscular e a diminuição da quantidade de gordura inerentes ao envelhecimento humano também ocorrem nesta região. Com isso, a atrofia do coxim gorduroso diminui a capacidade de absorção de impacto, determinando um pé menos flexível com menor poder de adaptação. Essas novas características podem tornar esses pés mais susceptíveis a dores e calosidades. Um calçado ideal para o idoso é fundamental para combater ou prevenir futuros problemas.
Quais são os problemas mais comuns apresentados pelos pés dos idosos?
Alguns estudos mostram que cerca de 80% dos idosos têm alguma queixa relacionada aos pés, e o uso de sapatos indevidos nessa população pode ser considerado fator desencadeante ou contribuinte para perpetuar os sintomas. As principais patologias relacionadas são:
- ARTROSE
- JOANETE
- FASCITE PLANTAR
- METATARSALGIA
- DEFORMIDADE DOS DEDOS
- DIABETES
Como identificar se um calçado é ou está inadequado?
Os principais sinais de que o indivíduo, incluindo o idoso, está utilizando um calçado inadequado são:
- O desconforto ao utilizar determinados tipos de sapatos, pois uma vez que estes não estejam bem adaptados aos pés, e isso é uma característica individual, eles podem provocar algum tipo de incomodo.
- Zonas de vermelhidão, que podem estar presentes imediatamente após a retirada dos sapatos, principalmente em zonas de proeminência óssea, indicam que está havendo alguma espécie de sobrecarga naquela região, funcionando como um alerta para a não adequação daquele calçado.
- Surgimento de calosidades: essa é uma resposta do nosso organismo, mais especificamente da pele, a uma hiperpressão em determinado local, e indica que está ocorrendo algum tipo de compressão exagerada nessa região.
Então, qual seria o calçado ideal para o idoso?
Em primeiro lugar, independente do indivíduo ser idoso ou não, deve-se RESPEITAR O FORMATO DOS PÉS. Apesar dessa ser uma característica individual, a maioria das pessoas possuem pés com um formato mais retangular e, nesse sentido, os calçados de ponta fina comprimem a região anterior dos pés, causando uma série de problemas como calosidades, dedos em garra ou hálux valgo (Joanete).
Calçados com SALTOS DISCRETOS, inclusive os masculinos, ajudam na proteção do calcâneo, pois nessa região ocorre atrofia do coxim gorduroso. Além disso, reduzem a tensão da cadeia muscular posterior, reduzindo as dores no tendão de aquiles por exemplo.
SOLADOS MAIS FIRMES dissipam forças decorrentes da mecânica da marcha no próprio solado, protegendo o pé de dores, principalmente na região anterior. Essa característica aumenta a estabilidade da marcha e reduz as pressões na região anterior do pé, melhorando os quadros relacionados a metatarsalgia.
Calçados AJUSTÁVEIS E FECHADOS são preferíveis, pois são capazes de oferecer maior proteção, principalmente em um pé mais frágil e que as vezes por conta de doenças como diabetes podem ter diminuição da sensibilidade. A presença do VELCRO ajuda nesse ajuste ao pé, uma vez que além da fragilidade no pé os idosos já têm alguma rigidez articular, inclusive nas mãos, e diminuição da acuidade visual, e nesse sentido os fechamentos sem nós facilitam a colocação e adaptação dos calçados.
Entre os calçados abertos, os TIPO “PAPETE“ são aqueles que oferecem maior proteção, pois o seu solado firme e emborrachado auxilia na absorção dos impactos, além de possuírem a capacidade de serem ajustáveis de forma mais adequada aos pés. Chinelos, são extremamente perigosos pois são instáveis e a coordenação motora e o equilíbrio dos idosos pode já não ser muito eficiente.
É importante tomar todos esses cuidados, pois um calçado inadequado pode influenciar negativamente na qualidade de vida do idoso. Calçados mais firmes e estruturados com as características já citadas, protegem das dores além de diminuírem a probabilidade de quedas e tombos que podem, sem dúvida alguma, levar a desfechos desfavoráveis nesta idade.